CULT 41 - CARTA

"SEJA COMO FOR"

“Hoje acordei sentindo muito a sua falta. Mais um dia trinta se foi e a saudade bateu forte. Eu odiarei os trigésimos dias de todos os meses para todo o sempre.

A distância entre nós dois parece enorme. Você foi a única pessoa que me amou do jeito que sou. Ganhei de você o caráter, a honestidade, e herdei a ansiedade por uma vida feliz e emocionante. Aprendi contigo a viver intensamente, coisa que você fez nos seus parcos anos de vida. Cinquenta e oito anos foram poucos para viver o tamanho de vida que você queria viver aqui na Terra. Deus fez o certo. Gente como você não deveria nunca nascer aqui neste planeta. Aqui vivem muitas ratazanas da falsidade. Julgam tudo e todos, ceifando a felicidade de muitas pessoas. O prazer é sofrer e fazer sofrer. Sádicos!

Você foi injustiçada no seu querer viver desde o dia do nascimento. Passou toda a infância sofrendo os auspícios de uma vida de pobreza, fome e desesperança. Uma adolescência com problemas mais complexos, impostos à sua frágil existência.

Mesmo com todas as dificuldades, virou o jogo. Conseguiu o que queria: a liberdade para sonhar e ser feliz e ganhou o mundo ensinando a todos o que é a verdadeira arte de amar ao próximo.

Enfim, você viveu um universo no curto período da sua existência. Ensinou a todos nós que amar a vida é lutar pela felicidade em cada milésimo de segundo.

E você se foi... Na verdade, vez uma viagem de longa duração, sem volta. Fico sempre na esperança de que um dia terei de novo o seu colo e a sua compreensão.

Sei que você amava esta música. Prometemos um para o outro que sempre estaríamos juntos quando ela tocasse, seja como for...

Eu nunca vou conseguir curar a minha saudade.”

Marcelo Smith