CULT 63 - ARTIGO

“Coisas simples”

Ouvir música, na verdade, relaxar a mente e curtir bons momentos sempre foram as coisas que mais gostei de fazer. Desde muito pequeno, a sonoridade sempre esteve comigo. Uma coisa interessante que pouca gente sabe é que tenho um talento nato de associar músicas a situações. Isso mesmo, para muitas situações que aconteceram na minha vida eu tenho uma música associada. Com isso, tenho o privilégio de dizer que sou um dos poucos homens que podem “viajar no tempo”.

Por exemplo, agora, estou ouvindo a deliciosa música “Sowing the seeds of love”, do TEARS FOR FEARS, e acabo de fazer uma viagem até os meus 20 anos. Por instantes vivi os momentos daquela magnífica idade. Eu havia acabado de ser promovido na empresa em que trabalhava, já estava estudando para ser o tão sonhado piloto de avião que queria ser na minha infância. Era um mundo de fantasia, sonho, vontade de voar pelos céus e ganhar o Brasil, ganhar o mundo. Olha que interessante: a “viagem” até 1992 me fez sentir todas sensações de um jovem de 20 anos. Quando se tem esta idade, a impressão é que o mundo ficará aos nossos pés e que temos que viver 20 mil anos em 20 minutos. Quanta ansiedade de viver a vida, situações, sensações, teatro de emoções à flor da pele. Eu era uma máquina a consumir a vida porque tudo parecia que se eu não vivesse intensamente aqueles tempos poderia não ter a chance de viver mais nada.

De volta para a realidade, pois agora está tocando um som atual (VANESSA DA MATA, COM “VERMELHO”), eu não tenho saudades daquela época. Sim minha gente, o que ficou dos meus 20 anos foi apenas um tempo de vida intensa, cansativa e, no final, sem objetividade. A sensação foi que corri em círculos e não achei o caminho, pois nada do que desejei ou projetei naqueles tempos tornou-se realidade. Toda aquela voracidade por uma vida futura que eu achava que era o meu maior sonho acabou se transformando em sombras de um passado que eu faço questão de esquecer. Mas, mesmo assim, guardei tudo no livro de experiências importantes que me ajudaram a ter a cabeça e a vida que tenho hoje.

Não é muito o meu estilo musical, mas agora rola “I Gotta a feeling” do BLACK EYED PEAS. Mesmo sendo eletrônica, não sei por que gosto muito dessa música. Talvez seja por que o auto astral dela me ajuda a seguir a bíblia da minha vida atual. Sim, ser feliz é a minha única meta até o fim da vida. Viver sem exageros de sentimentos, conservando o equilíbrio, vivendo intensamente mas sem qualquer tipo de opressão sentimental, sabendo que a delícia da vida é viver cada minuto, ou melhor, cada milésimo de segundo saboreando cada momento.

Ouvir música, viajar no tempo por segundos/minutos, é tudo que preciso para relaxar após um dia intenso de trabalho e depois dormir feliz e tranquilo!

Chega! Vamos ouvir música? Vou deixar vocês viajarem no tempo um pouquinho.

Marcelo Smith