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sexta-feira, 29 de novembro de 2013

CULT 182 - D.N.A



“DNA ETERNO”

Todos conhecem a minha forte relação com o futebol. Todos também sabem que, desde o momento da concepção, minha vida foi marcada pelo Botafogo. A lenda conta que o primeiro jogo do Botafogo que assisti foi ainda barriga da Dna. Beth, com quase 9 meses.

Na realidade, a história da minha família com o alvinegro carioca começou muito antes de 1972. No início do século XX, 1913 para ser mais exato, nasceu o meu querido e amado avô, Albino Pereira, primogênito de toda uma geração de botafoguenses, entre filhos, netos, bisnetos, etc.

Isso mesmo, nasceu na família Pereira do seu Albino, o destino está marcado: será botafoguense! Temos algumas exceções, pois temos vascaínos no grupo, mas está tudo em casa. Todo mundo é alvinegro!

Portanto, como vocês já identificaram, a minha relação com o Bota é de eterna paixão. Cada vez que ouço o hino, a emoção bate forte. NINGUÉM CALA ESTE NOSSO AMOR...

Por isso, pesquisando na internet nesta semana, descobri uma joia escrita por Arthur da Távola. Interessante é que este texto veio para as minhas mãos na quinta-feira anterior ao feriado da República, ainda de manhã. Li, chorei, lembrei-me da família, da minha mãe querida (Botafoguense roxa), do meu pai, do meu irmão, do vovô e fiquei mais emocionado ainda. Coincidência ou não, o Botafogo jogaria no Rio naquele final de semana, e justamente no sábado (perfeito para quem faz bate-e-volta Rio/SP/Rio). Entendi tudo. Entrei no site e comprei os ingressos. Não tinha dúvidas, mais uma vez iria ao jogo do Bota e, com a minha fama de pé quente, não havia espaço para receios, iríamos ganhar do Atlético do Paraná!

Sábado feliz! Eu, o Gabrielzinho, o Gabrielzão (meu primo) e a minha Simone assistimos a uma grande vitória de 4 x 0  no Maracanã novo! Estava marcado, tinha que ser assim. Ser Botafoguense é DNA eterno. E ainda nascerão mais Pereiras com esta marca.
( Artur da Távola )
“SER BOTAFOGO”
Ser Botafogo é possuir uma espada de fogo e luz para enfrentar, iluminar e desbravar. É apreciar claras definições e alternativas extremas: a do branco e do negro. É ser súbito, safo, seguro de si. É saber o que quer e querer o que sabe.

É ser estrela, solitária ou solidária, é tomar partido, ousar e desbravar. Ser Botafogo mistura nobreza sem aristocracia com popularidade sem demagogia. É furar, varar, ultrapassar, chegar, enfrentar pedradas, tormentas e adversidades e sempre conhecer a melhor matéria do próprio sonho.

É insistir e crer onde os fracos desistem. É sobranceira, guerra, gorro, rasgo, Biriba, Carlito Rocha, Macaé e superstição. É adorar o embate para torrar e moer a emoção.

Ser Botafogo é clarão do alto da montanha, é esquina carioca, atrito, vontade de "saldanhar" a opressão, é águia, água-forte, firmeza, mais ciência e fúria que pausa ou vacilação.

Ser Botafogo é "garrinchar" a vida com a elegância de um Nilton Santos e as peraltices de Quarentinha. É gostar de peleja, vitalidade, capacidade de decidir, autenticidade, batida de limão, filé com fritas, passear na chuva, sanduíche de mortadela, filme de heroísmo, goleiro valente, contrastes intensos; é curar gripe com alho, mel e agrião.

Ser Botafogo é saber discordar da desconfiança. É deprimir-se e recolher-se até voltar a labareda. Aí é bater de frente, olhar firme, detestar receio, medo, pântano, mentira e derrisão. É conhecer o risco e ousá-lo e tudo fazer com categoria e vontade de viver. É vencer.

Ser Botafogo é não desistir de insistir, de teimar e buscar. É faca, fato, feito, festa, furor. Queimadura.

Ser Botafogo é buscar a forma nobre de competir e saber empunhar a estrela da vitória maior. É fazer da vida festa e furacão; flor e labareda; esperança e realização.


 Marcelo Smith

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