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RESISTENCIA INTERNATIONAL

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quinta-feira, 23 de junho de 2011

CULT 66 - CONTO

O Exílio

O que é estar exilado? Às vezes me pego fazendo-me esta pergunta e não encontro resposta. Muitos consideram o exílio uma forma de separar aqueles que têm pensamento político diferente daqueles que estão no poder. Outros consideram ainda uma forma de separar-se do mundo, buscando o isolamento. O sentido exato eu não sei, mas estou aprendendo na prática o que é o exílio. Tenho sofrido isso. Estou me exilando o tempo inteiro. Exilando os meus pensamentos, exilando os meus conceitos, as minhas opiniões. O pior exílio que estou condenado é o exílio ideológico. A minha ideologia está se perdendo, aliás, eu estou me perdendo. Não estou em conflito, isso não! Estou apenas tentando encontrar um caminho. Estou fechado, preocupado, perdi o brilho da vida nestes momentos. Passo o tempo inteiro ansioso, querendo soluções. Infelizmente não tenho muitas pessoas para falar dessas coisas, por isso escrevo. O escrever é um desabafo, uma forma de descarregar o que estou sentindo. Mesmo com tudo isso, estou feliz. Chega a ser antagônico, mas é verdade, estou feliz. Mudanças geram felicidade para a minha vida. Mundo novo, vida nova, pessoas novas. Às vezes fico tão louco, tentando adivinhar quem é quem, que literalmente saio desse mundo e tento entrar na alma de cada um. Mas é difícil entender as pessoas como é difícil entender a mim mesmo. É, sou meio complicado mesmo. Muita gente não entende as minhas aspirações e nem sei se quero que elas entendam. Vou seguindo assim, aliás, tem que ser desse jeito. Não dá para ficar dando ouvidos a todos que me vêem com críticas ou opiniões. Estou farto disso, preciso criar uma consciência própria que não permita fugir da minha essência. Tenho uma essência, não tenho? Tenho que ter. Não tem jeito. Preciso ter. Estou buscando.

Vivo assim, buscando o meu ser. Nesse momento, distante de casa, é o tempo de refazer os meus sentimentos, de encontrar-me comigo mesmo. Será o encontro do ser e do corpo, dos conceitos com os sentimentos físicos, das decisões que têm que ser tomadas e não mais adiadas. Estou amedrontado, mas tenho que agir assim. Não posso mais fugir. Estou sendo exigido a fazer isso. Estou tendo essa oportunidade grandiosa de repassar a minha vida e melhorá-la para sempre. Abandonar velhos conceitos, velhas teses e assim viver mais em paz comigo mesmo. Preciso viver em paz, chega de conflitos.

Por isso escolhi esse caminho. Por isso que exilar-se é a melhor opção. Tomara que desse processo o resultado seja o melhor possível. Do contrário, não sei o que pode acontecer. O exílio dói, dói muito. Dói ficar longe de quem se ama, de quem se quer bem.

Mesmo com tantas certezas estou sofrendo. As mudanças sempre doem para quem sente.

Marcelo Smith - 2002

Um comentário:

Keco Geronimo disse...

Às vezes exílio traz evolução. E se hoje vc sente que evoluiu, você pode ter certeza de q fez o certo!
Excelente,Marcelão.
abs