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sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

CULT 185 - TEOREMA DA CURA



“CIDADE LUZ”
Normalmente, nesses tempos de festas ficamos mais emotivos e mais carentes daqueles que já se foram. Comigo não é diferente desde a partida da amada Dona Beth.

Nesta semana, numa determinada noite, fui me deitar tomado pela saudade. Pronto! Sonhei com ela e foi um dos mais lindos sonhos que tive.

Me lembro bem o quanto esta época era importante na nossa casa quando éramos crianças. Nossa, era um corre-corre para lavar as cortinas, fazer uma grandiosa limpeza na casa, ir no supermercado, tirar o amigo oculto (secreto), etc. Saíamos para comprar roupas novas, presentes, enfim, tudo era correria, mas muita alegria.

Nas duas festas, Natal e Reveillon, a turma comia, bebia e dançava. E como dançavam... Era a noite inteirinha rolando rock, samba, forró... tocava tudo que era animado e  a noite se encerrava sempre com gente dormindo pelos quatro cantos da casa.

No dia seguinte ainda rolava um puta churrasco, que ía das 12h às 22h e, se bobear, meia-noite. Caraca, como aguentávamos esta louca maratona?

Enfim, o período de festas de fim de ano era o momento especial da nossa família. De verdade, a alegria era geral e terminávamos esta maratona cansados, mas felizes, já fazendo planos para o mesmo período do próximo ano.

Como eu queria reviver aqueles tempos que, diga-se de passagem, eram de grana curta, mas também de muita felicidade. Impossível reproduzir aquilo tudo... apenas conseguimos em fortes lembranças.

O sonho que tive com a mminha querida mãe foi ela me mostrando tudo que vivíamos e o quanto aproveitamos os 37 anos que vivemos juntos. Ela me disse seguidas vezes que está feliz, vivendo numa cidade de luz. Me contou como funciona o Natal neste local e explicou que, de fato, comemora-se o aniversário do Menino Jesus com muita música e dança. As pessoas que lá vivem conservam, nesta época, uma alegria muito mais forte do que a alegria que carregam durante todo o resto do ano e não só nesta época. Lá ninguém ama pela metade, todo mundo ama inteiro e as pessoas são amigas sempre. Todo mundo vive em prol da comunidade e do bem-estar da mesma. Nada é falso, e o Cristo é a meta sempre. Não trocam presentes, mas os abraços e os apertos de mão são verdadeiros e, por isso, ninguém sente falta das compras.

Acordei na manhã seguinte pensando o que eu poderia fazer para que as coisas na Terra mudassem, mas, viajando até o trabalho no transporte público, observei como os humanos daqui são: adoram viver de pseudo-épocas de harmonia, usam o Natal  (melhor, as festas), não para comemorar o aniversário ou confraternizar, mas sim para comprar e muitas vezes fofocar, brigar, falar do outro, enfim, conflitar.

Eu já disse isso: a selvageria que está alojada no nosso DNA precisa ser execrada dos nossos corações e me parece fácil fazer isso. Basta cultivar uma família de amor, angariar amigos de verdade, amá-los verdadeiramente e enxergar nos estranhos não um inimigo, mas sim um semelhante que só se difere de nós pelo nome e por ter nascido numa outra família. Todos estamos no mesmo caminho.

Podemos e devemos construir uma Cidade Luz por aqui, temos que tentar de todas as maneiras dar o primeiro passo.



Feliz Natal e muita Luz nos corações de todos.

Marcelo Smith

Um comentário:

Anônimo disse...

Parabéns MP pelo lindo teste. Não há como fazer cidade luz do dia para a noite, mas acredito que somos capazes de melhorar dia após dia todos aqueles que temos juntos. Por ai já começa a transformação.
Abração.
Luiz Fernando