“ALÉM DA SANIDADE HUMANA”
Ontem, no Facebook, me envolvi numa discussão futebolesca que acabou por me dar o gancho para compor o texto desta semana. O insight aconteceu porque, durante a treta, o meu “oponente” escreveu assim: “Cada um tem as suas escolhas. Se você escolheu torcer para um time sem conquistas importantes, o problema é seu.”
Então pergunto: o que nos leva a torcer por um time de futebol? Conquistas? Títulos? E o cara que torce pela Ponte Preta, que em 110 anos de existência e nunca ganhou um campeonato paulista?
Enfim, voltei-me para o Marcelo e analisei a minha história com o futebol. Só para vocês terem uma ideia, como bom carioca, vivi cercado de vascaínos, flamenguistas e tricolores por todos os lados. Detalhe, até os meus 17 anos, o Botafogo não ganhou sequer um turno do Estadual do Rio. Portanto, amigos, ser alvinegro da estrela solitária só pode ser D.N.A. E mais, desde 1972, nasceram, entre e filhos de primos, mais de 50 pessoas nos Pereira da Dna. Fausta (minha avó) e do Seu Albino (meu avô). Posso dizer para vocês que, destes, apenas 5 não torcem pelo Botafogo e muitos deles têm pais e mães que torcem para os outros 3 grandes do Rio.
Digam-me: de 72 para cá, quantos títulos ganhamos? E ainda, um dos filhos de uma das minhas primas, que tem um pai flamenguista doente, com apenas 8 anos se desespera com as derrotas do Fogão, ou seja, é BOTAFOGUENSE mais doente que o meu pai, que teria mais motivos para ser assim porque viveu a nossa época de glória, que foram as décadas de 50 e 60.
Adicionando, tenho um amigo em SP que é Paulistano nato, mas nasceu numa família com origens no Acre, tendo vivido muitos anos no Rio de Janeiro. O pai e quase todos os irmãos são BOTAFOGUENSES. Sabe para que time ele torce? FLAMENGO! O mais engraçado é que o Edinho viveu toda a sua vida na capital paulista tomando pressões de Palmeirenses, Santistas, Corinthianos e Tricolores. O que significa isso?
Portanto, concluo: torcer por time de futebol é algo que já vem na alma. Sim, amigos, é sobrenatural e não tem explicação. É patologia mental humana, vírus que vem desde o espermatozóide e que nos acompanha por toda a vida. Não adianta forçar nem questionar. Futebol é paixão nacional e doença que adquirimos sem pedirmos.
Somos alvinegros na segunda divisão, 21 anos sem títulos, perdendo para o Corisabá, campeão carioca, campeão de turno, eliminado da Libertadores, eliminado do Brasileirão. Não importa, o alvi-negro está na alma e na vida e vai morrer com quem é botafoguense. O nosso maior ídolo (ídolo mesmo é quem ganha copa do mundo) deixou de jogar há mais de 40 anos e a torcida não para de crescer! Este sentimento é D.N.A liquído, gasoso e corporal.
Choro até hoje com o gol do Maurício, determinando o fim de 21 anos de sofrimento, como chorei quando o Jobson meteu um gol no São Paulo e outro no Palmeiras, salvando o Botafogo da segunda divisão, em 2009 (aninho complicado para os botafoguenses).
Ser Botafogo, Flamenguista, São Paulino, Ponte pretano, Vascaíno, Santista, Palmeirense, Americano, Atleticano, Cruzeirense, Gremista, Corinthiano, etc. é INSANIDADE PATOLÓGICA MENTAL DE SERES HUMANOS. Não se explica!
Convido todos os apaixonados por futebol a comentarem este post!
Enquanto isso, vamos nessa relembrar alguns momentos emocionantes do alvinegro carioca?
Marcelo Smith
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